terça-feira, 19 de abril de 2011

Aos meus amigos

" Meus amigos são todos assim
metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila,
que tem que ter brilho questionador,
tonalidade inquietante.e a alma exposta.
Não quero só o ombro ,
quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto,
não sabe sofrer junto
Não quero risos previsíveis,
nem choros piedosos.
Quero os que não só lutam pela
realidade mas também para que a
fantasia não desapareça.
Quero-os metade infância e
outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam
o valor do vento no rosto,
e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou,
pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios,
crianças e velhos, nunca me esquecerei de que
a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril. "



( Fernando Pessoa )

2 comentários:

Lidia Ferreira disse...

Minha querida , esse poema eu não conhecia , ele e simplesmente maravilhoso, e a sua cara rsrsr
bjs

Milani disse...

Diz uma lenda Àrabe que 2 amigos viajavam pelo deserto,num determinado ponto da viagem discutiram e um deu uma bofetada no outro, o outro magoado, escreveu na areia :
Hoje o meu melhor amigo deu-me uma bofetada na cara.


Seguiram adiante e chegaram a um oàsis onde resolveram tomar banho.
o que foi esbofeteado e magoado comecou a afogar-se sendo salvo pelo seu melhor amigo,
ao recuperar-se pegou num canivete e comecou a escrever numa pedra :
Hoje o meu melhor amigo salvou-me a vida.


Intrigado, o amigo perguntou:
Porque è que quando te magoei escreveste na areia, e agora escreves numa pedra?
Sorrindo o outro respondeu:


Quando um grande amigo nos magoa,devemos escrever onde o vento do esquecimento e do perdão se encarreguem de apagar a lembranca,mas quando nos acontece algo de grandioso,
devemos gravar isso na pedra da memòria e do coracão onde vento nenhum o possa apagar.